O professor Ronaldo Manassés, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), apresentará sua pesquisa sobre sinais em Libras voltados para a comunicação dentro do Candomblé na 60ª Bienal de Arte e Cultura de Veneza, evento considerado o mais antigo do mundo. A pesquisa, resultado de sua tese de doutorado, visa promover a inclusão de pessoas surdas dentro das religiões de matriz africana, como o Candomblé. A Bienal, que ocorre desde abril e se encerra em novembro, foca na diversidade cultural e religiosa, reunindo participantes de 88 países.
Manassés participará da mesa redonda intitulada “As línguas de sinais e as religiões de matriz africana no Brasil”, um evento que destaca a importância de se falar sobre as especificidades culturais e religiosas, especialmente para grupos historicamente marginalizados. A pesquisa que ele apresentará busca criar sinais específicos para as práticas e rituais do Candomblé, um passo significativo para a inclusão de mais de um milhão de adeptos dessas religiões no Brasil, segundo dados do IBGE.
Para o professor, a participação na Bienal é uma oportunidade única para dar visibilidade ao trabalho desenvolvido em instituições públicas de ensino, especialmente em uma universidade situada na Amazônia brasileira. Manassés ressalta a relevância de sua pesquisa, que começou em 2016, como um exemplo do impacto das produções acadêmicas no Brasil, ao mesmo tempo em que representa a cultura do Amapá e da região Norte no cenário global.