O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que o opositor Edmundo González Urrutia enfrentará prisão imediata caso retorne ao país. Exilado na Espanha desde setembro, o líder oposicionista teve um mandado de prisão emitido contra ele após declarar sua intenção de voltar à Venezuela como presidente eleito, no dia 10 de janeiro. A decisão se dá em meio a um contexto de acirramento das tensões políticas, com acusações de fraudes eleitorais durante o processo eleitoral que, apesar de reconhecido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), foi alvo de questionamentos por parte de figuras da oposição.
As denúncias de irregularidades começaram a ser levantadas ainda na noite da eleição, quando problemas técnicos no site do CNE impediram o acesso a informações cruciais, como as atas de votação. Esses fatos, aliados a um clima de insatisfação popular, culminaram em protestos violentos que resultaram em 28 mortes, 200 feridos e mais de 2.400 detenções. Em resposta, o governo classificou as acusações de fraude e os protestos como ações coordenadas para desestabilizar a administração atual.
González Urrutia, junto a outros líderes opositores, continua a se opor ao governo de Nicolás Maduro, denunciando a falta de transparência nas eleições. O Ministério Público venezuelano iniciou investigações contra ele, incluindo acusações de falsificação de documentos e incitação à desobediência civil. Apesar da perseguição política, o opositor afirmou que retornará ao país assim que houver a restauração da democracia na Venezuela.