O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou que convidará o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma visita oficial ao país, garantindo que o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) não será aplicado em território húngaro. A declaração foi feita após a decisão do TPI de emitir mandados contra Netanyahu e outras figuras, sob acusações relacionadas ao conflito na Faixa de Gaza. Orbán destacou que considera a medida equivocada e assegurou que o líder israelense teria segurança para conduzir negociações em Budapeste.
A decisão do TPI gerou reações divergentes no cenário internacional. Enquanto Israel e a Casa Branca condenaram veementemente o mandado, líderes europeus, como Josep Borrell, representante de política externa da União Europeia, defenderam que os estados-membros respeitem e implementem a medida. Países como Hungria e República Tcheca expressaram apoio a Israel, embora Praga tenha afirmado que cumprirá suas obrigações legais internacionais. Ainda assim, o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, classificou a decisão do tribunal como “infeliz”, argumentando que ela compromete a credibilidade da instituição em outros casos.
A posição da Hungria reflete a relação política próxima entre Orbán e Netanyahu, consolidada desde 2010, quando o partido Fidesz assumiu o poder. Essa postura também ilustra o papel da Hungria como um dos aliados mais consistentes de Israel dentro da União Europeia, em contraste com outros países do bloco que enfatizam apoio aos palestinos. O episódio ressalta as tensões diplomáticas que envolvem a decisão do TPI e o impacto dessa medida nas dinâmicas internacionais.