A presidente do PT criticou o mercado financeiro e a recente elevação da taxa de juros pelo Banco Central em meio à discussão de um pacote de corte de gastos. Segundo ela, o combate à inflação não deve recair sobre a população por meio do corte de benefícios, mas sim através de uma intervenção mais direta do Banco Central no mercado de câmbio. A líder partidária argumenta que a inflação brasileira é resultado de fatores externos, como a crise climática e a valorização do dólar, e não de uma demanda excessiva no mercado interno.
A dirigente também questionou a pressão do mercado por medidas de austeridade semelhantes às adotadas nos Estados Unidos, apontando que tais medidas podem prejudicar a economia sem resolver a raiz do problema inflacionário. Em sua análise, o principal “vilão” da inflação brasileira é a alta do dólar, e não uma economia aquecida. Ela defendeu que o Banco Central utilize os instrumentos disponíveis para conter a inflação através do câmbio, em vez de aplicar apenas a política de aumento de juros, que penaliza a população.
Além disso, a presidente do PT propôs uma revisão de subsídios e desonerações fiscais, sugerindo que esse seria um caminho mais eficaz para lidar com os juros altos. A recente decisão unânime do Comitê de Política Monetária de elevar a taxa Selic foi criticada como uma solução que transfere a conta da inflação para o povo. A dirigente destacou ainda que outros poderes, como o Judiciário e o Legislativo, também devem considerar ajustes em suas despesas, defendendo que o ônus não recaia exclusivamente sobre a população.