O presidente da região de Valência, no leste da Espanha, fez um pronunciamento público na sexta-feira (15) sobre a gestão das catastróficas enchentes de outubro, que resultaram na morte de mais de 200 pessoas. Em seu discurso, Carlos Mazon admitiu erros no enfrentamento da crise e pediu perdão, mas destacou que as autoridades locais haviam feito o melhor possível diante de uma catástrofe que superou as previsões meteorológicas. Mazon defendeu que não houve falha na resposta imediata ao desastre, embora reconhecesse a necessidade de melhorias na comunicação e preparação para eventos extremos.
O discurso de Mazon ocorre após duras críticas de autoridades locais e do governo nacional sobre a falta de alertas adequados antes da tempestade que atingiu a região em 29 de outubro. Muitos moradores expressaram frustração com o nível de preparação das autoridades e com o que foi percebido como uma resposta lenta durante as inundações. Em protesto, cidadãos se reuniram em frente à assembleia regional pedindo sua renúncia, acusando-o de negligência, especialmente após a informação de que Mazon não alterou sua agenda, incluindo um almoço com um repórter, enquanto os serviços de emergência estavam sendo coordenados.
As enchentes afetaram principalmente a cidade de Valência, com 190 vítimas espanholas e 26 estrangeiras, de 11 países diferentes. Aproximadamente metade das vítimas tinha mais de 70 anos, o que chamou atenção para a vulnerabilidade de grupos etários mais elevados diante de catástrofes naturais. A tragédia gerou discussões sobre a eficácia dos sistemas de alerta e resposta em situações de emergência, e a administração regional enfrenta um intenso escrutínio sobre as medidas adotadas antes, durante e após o desastre.