Em entrevista recente, o presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que sua vice-presidente, Victoria Villarruel, não tem influência nas decisões governamentais nem participa das reuniões de gabinete. Segundo Milei, a relação entre os dois é estritamente institucional, limitada às funções necessárias para o exercício de seus cargos. Villarruel, além de vice-presidente, acumula a presidência do Senado, um papel estratégico para o governo, especialmente devido à falta de maioria de Milei no Congresso.
Villarruel tem origem em uma família de militares e é conhecida por sua visão controversa sobre a ditadura militar argentina, argumentando que o período foi uma “guerra contra o comunismo”. Essa tese é amplamente contestada por historiadores e grupos de direitos humanos, que a acusam de negar os crimes cometidos pelo regime autoritário. Durante a campanha, a vice-presidente propôs revisar indenizações concedidas a vítimas da ditadura, gerando críticas de setores que defendem o legado de memória e justiça.
A relação entre Milei e Villarruel já apresentava sinais de distanciamento, marcados por divergências e episódios polêmicos. Em julho, declarações de Villarruel sobre cânticos racistas de jogadores argentinos levaram a um pedido de desculpas oficial pelo governo, feito pela irmã do presidente. Embora existam desacordos públicos, o presidente reafirma que mantém com sua vice uma convivência institucional para a condução do governo.