A Prefeitura de São Paulo apresentou um projeto à Câmara Municipal que prevê a transformação de uma área de preservação ambiental na Zona Leste em aterro sanitário. Para a execução do plano, será necessário o corte de 10 mil árvores, incluindo 981 espécies nativas da Mata Atlântica. O local, que abriga fauna e flora importantes, está próximo ao aterro de tratamento de resíduos Leste, em São Mateus. O projeto já foi aprovado em primeira votação e passou por uma audiência pública, com uma nova audiência e votação previstas para ocorrer na terça-feira (25).
Apesar de ainda não ter sido aprovado, a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente já concedeu a licença ambiental para a derrubada das árvores. Em contrapartida, o projeto prevê o plantio de 10.147 mudas, com altura mínima de 1,3 metro. Contudo, a oposição e urbanistas questionam a falta de detalhes e a ausência de uma ampla discussão sobre as implicações do projeto, especialmente devido à presença de córregos e da nascente do Rio Aricanduva na área em questão.
O urbanista Kazuo Nakano, membro do Conselho Municipal de Política Urbana, critica o processo, afirmando que o projeto não passou pelos conselhos necessários e que as discussões com as comunidades afetadas foram negligenciadas. A TV local solicitou esclarecimentos sobre o projeto à gestão municipal, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.