A Prefeitura de São Paulo anunciou o fechamento definitivo do Hospital Bela Vista, localizado no centro da cidade, que desde 2020 atendia, principalmente, a população em situação de rua. A medida segue após uma interdição realizada pela Vigilância Sanitária estadual no final de outubro, após uma fiscalização conjunta com o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina. A investigação apontou várias irregularidades, incluindo falhas estruturais, problemas na gestão e na qualidade do atendimento, e a ocorrência de 32 mortes suspeitas em 2023. A interdição visou garantir a segurança dos pacientes, com destaque para falhas graves, como a falta de profissionais qualificados e inadequações nas condições sanitárias.
O promotor responsável pelo caso, Arthur Pinto Filho, revelou que a análise inicial das mortes na unidade indicou que algumas poderiam ter sido causadas por erros médicos, enquanto outras mortes foram relacionadas a condições insalubres e falta de equipamentos adequados. A investigação está focada em apurar a responsabilidade da Prefeitura e da organização social que administrava o hospital, e os próximos passos incluem a avaliação de possíveis ações judiciais para responsabilizar os envolvidos. Além das mortes, a fiscalização apontou problemas como a inadequação no sistema de ventilação nos quartos de isolamento e falhas no controle de medicamentos.
Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explicou que a interdição ocorreu por problemas estruturais no prédio, que não podia ser reformado pela Prefeitura por se tratar de um imóvel alugado. A SMS também afirmou que as transferências dos pacientes para outros hospitais municipais estão em andamento, com previsão de término ainda nesta semana. O Hospital Bela Vista, que inicialmente funcionou para o atendimento de pacientes com covid-19, operava desde a pandemia e, posteriormente, passou a ser referência para a população em situação de rua.