A inflação no Brasil acelerou em novembro, impulsionada principalmente pelos aumentos nos preços dos alimentos e passagens aéreas, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,62%, um aumento em relação aos 0,54% de outubro. Esse resultado superou as estimativas mais pessimistas do mercado e levou a uma aceleração da inflação acumulada em 12 meses, que atingiu 4,77%, ultrapassando a meta de 3% estabelecida pelo Banco Central para 2024.
Os aumentos de preços em itens voláteis, como alimentos e tarifas aéreas, foram os principais responsáveis pela alta da inflação. Os preços da alimentação subiram 1,34%, com destaque para o aumento do óleo de soja, tomates e carnes. Por outro lado, alguns alimentos, como cebolas e ovos, apresentaram quedas. As passagens aéreas tiveram uma alta expressiva de 22,56%, contribuindo significativamente para a pressão sobre a inflação do mês. Já os combustíveis apresentaram variações mistas, com aumentos no gás veicular e gasolina, mas quedas no etanol e óleo diesel.
Esses dados aumentam a pressão sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve considerar novas elevações na taxa básica de juros, a Selic, para conter a inflação. Economistas ajustaram suas previsões, com algumas projeções indicando que a Selic pode chegar a 13% ao ano em 2025. O cenário de inflação persistente sugere que o Banco Central poderá adotar medidas mais rigorosas, o que deve afetar o ritmo da atividade econômica nos próximos meses.