A Praça da Saudade, localizada no centro de Manaus, é um espaço que resgata a memória das vítimas de epidemias do século XIX, como febre amarela, cólera e varíola. Criada em frente ao antigo Cemitério São José, o nome foi escolhido pelos moradores que desejavam um local para refletir sobre a vida e a morte. Embora o cemitério tenha sido desativado e os corpos transferidos para o Cemitério São João Batista, a praça continua a ser um importante ponto de encontro cultural e memorial para a comunidade.
Historicamente, a Praça da Saudade surgiu em um contexto de necessidade, quando a Câmara Municipal buscava um espaço apropriado para sepultamentos devido ao surto de doenças. Inicialmente, o local não apresentava as características urbanísticas atuais, mas com o tempo, tornou-se um lugar para a contemplação e o luto, refletindo as tristezas de famílias que perderam jovens e crianças. Com o fechamento do cemitério, a praça perdeu parte de seu significado original, especialmente após a doação do terreno para um clube esportivo e a construção de novos edifícios.
Hoje, a Praça da Saudade é um espaço revitalizado que abriga manifestações e feiras culturais, mas enfrenta desafios como a falta de segurança e a depredação. A revitalização em 2008, com apoio financeiro da prefeitura e da Superintendência da Zona Franca de Manaus, visou melhorar a infraestrutura e a utilização do espaço. Assim, a praça se mantém como um símbolo de resistência à memória coletiva, apesar das mudanças ao longo dos anos.