Durante a 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP16), realizada em Cali, Colômbia, foi aprovada a inclusão de povos indígenas, quilombolas e comunidades locais na estrutura de negociação da convenção. A decisão, apoiada por quase 200 países, resultou na criação de um novo órgão subsidiário global com poder consultivo, um avanço significativo que visa dar visibilidade às comunidades afrodescendentes e ao seu papel na preservação da biodiversidade e dos recursos naturais.
Outro destaque da COP16 foi o reconhecimento das Áreas Marinhas Ecológicas ou Biologicamente Significativas (EBSA), que são fundamentais para o equilíbrio da biodiversidade marinha. Essas áreas são definidas por critérios que incluem a unicidade, a importância para espécies ameaçadas e a produtividade biológica, contribuindo para a proteção dos oceanos. Além disso, foi criado o Fundo de Cali, um mecanismo financeiro multilateral que destinará parte dos lucros de indústrias que utilizam recursos naturais para beneficiar as comunidades tradicionais detentoras desse conhecimento.
Apesar dos avanços, as discussões sobre a criação de um fundo exclusivo para financiar as metas da convenção não avançaram devido à falta de consenso entre os países desenvolvidos. A necessidade de garantir recursos adequados e previsíveis para a conservação da biodiversidade foi enfatizada, mas as negociações foram interrompidas, deixando pendente um mecanismo de financiamento que poderia assegurar um suporte mais robusto para as iniciativas de preservação e uso sustentável dos recursos naturais.