A Associação Portuguesa de Desportos aprovou, nesta terça-feira, a criação da Sociedade Anônima de Futebol (SAF), com o apoio dos sócios do clube. A proposta foi aprovada por 158 votos a favor e 26 contra, e envolve um investimento de R$ 1 bilhão por parte das empresas Tauá Partners, XP Investimentos e Revee. O clube paulista venderá 80% das ações da SAF, mantendo 20% sob controle da associação. Esse movimento visa garantir a sustentabilidade financeira e o fortalecimento do futebol, com um compromisso de investimentos substanciais ao longo dos próximos anos.
O investimento total será aplicado de forma estratégica, com R$ 263 milhões destinados ao futebol do clube ao longo de cinco anos. No primeiro ano, o clube receberá R$ 30 milhões, com valores específicos para o futebol de base, contratações, infraestrutura do centro de treinamento e apoio ao futebol feminino. Além disso, parte significativa do investimento será direcionada à folha salarial, com R$ 144 milhões planejados para cobrir essa despesa ao longo de cinco anos. A negociação inclui a assunção das dívidas do clube, estimadas em R$ 450 milhões, embora a gestão atual acredite que elas podem ser quitadas por R$ 250 milhões.
O grande atrativo para os investidores é o Estádio do Canindé, que possui uma localização privilegiada na capital paulista. O projeto dos investidores prevê a transformação do estádio em uma arena multiuso, com capacidade para 30 mil pessoas para jogos e possibilidade de ampliação para 45 mil em eventos como shows. A proposta visa tornar o Canindé uma referência não apenas para o futebol, mas também para outros grandes eventos na cidade, competindo com espaços como o Allianz Parque. A implementação do projeto está condicionada a negociações com a gestão do clube e o cumprimento das etapas previstas no processo de recuperação judicial.