A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, enfrenta dificuldades em aumentar sua popularidade na corrida eleitoral de 2024, mesmo com indicadores econômicos positivos, como inflação desacelerando, desemprego baixo e alta nas bolsas de valores. Essa situação levanta a questão de por que esses dados, que historicamente favorecem o partido no poder, não estão surtindo o mesmo efeito desta vez. Embora a economia continue central para o eleitorado americano, especialistas apontam que os números macros não refletem, de maneira imediata, a realidade econômica sentida pelo cidadão comum.
A inflação ainda é a principal queixa entre os americanos, mesmo após a desaceleração. Muitos eleitores percebem um aumento constante no custo de vida, especialmente em produtos básicos e aluguel, sem um crescimento salarial suficiente para compensar. Esse cenário afeta a confiança na recuperação econômica, levando a um sentimento generalizado de pessimismo em relação ao futuro, reforçado por desigualdades econômicas e o aumento no custo da moradia em diversas regiões. A percepção de que o “sonho americano” é cada vez mais inacessível para boa parte da população amplia esse ceticismo.
Além disso, a profunda polarização política nos EUA contribui para que a economia seja vista de forma diferente entre eleitores democratas e republicanos. Enquanto eleitores democratas enxergam a economia de forma mais positiva, a maioria dos republicanos tende a avaliá-la negativamente, evidenciando que a polarização afeta as percepções de bem-estar econômico. Esse ambiente político polarizado e as expectativas frustradas em relação ao poder de compra parecem ser fatores decisivos que moldarão a disputa entre Kamala Harris e Donald Trump, em um dos cenários eleitorais mais acirrados da história americana.