O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou que a postura do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de negar a crise climática e apoiar a expansão dos combustíveis fósseis pode isolar os EUA no cenário internacional. Pimenta ressaltou que, enquanto o mundo se torna cada vez mais multilateral, com novos polos de poder no Sul Global, como Índia e China, os Estados Unidos correm o risco de se distanciar das principais discussões globais sobre o clima, especialmente se outros países, como a Argentina, adotarem uma postura semelhante.
O ministro também destacou o impacto das mudanças climáticas, citando eventos extremos como desastres no Rio Grande do Sul, na Espanha e no deserto do Saara, enfatizando que a questão já não é mais uma previsão futura, mas uma realidade tangível. Pimenta lembrou que os grandes grupos econômicos internacionais, incluindo os EUA, não podem ignorar as exigências do mercado global, que demanda soluções sustentáveis para garantir a competitividade dos produtos, principalmente nas economias europeias, mais sensíveis às questões ambientais.
Em relação ao financiamento climático, Pimenta sublinhou a importância de um acordo internacional para financiar a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, especialmente para países mais pobres, que são os mais afetados pelas crises ambientais. Ele mencionou o compromisso do Acordo de Paris, que previa a criação de um fundo de US$ 100 bilhões por ano, e destacou que os países ricos, responsáveis pela maior parte das emissões históricas de gases do efeito estufa, devem assumir a maior parte da responsabilidade pelo financiamento. Para o ministro, um avanço nesse sentido poderia ser um dos legados da cúpula do G20 no Brasil.