A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro iniciou uma investigação após uma denúncia anônima, levando à prisão de 21 policiais do batalhão de Mesquita, na Baixada Fluminense, acusados de extorsão. Conhecido pelos investigadores como “Tour da Propina,” o esquema envolvia a cobrança de propinas de comerciantes locais, com o patrulhamento de sexta-feira sendo o dia mais visado para a prática. Os comerciantes que se recusavam a colaborar com os valores exigidos pelos policiais sofriam ameaças.
Durante a investigação, foram reveladas estratégias usadas pelos policiais para evitar flagrantes pelas câmeras corporais, equipamento obrigatório nos uniformes. Apesar de tentativas de burlar o registro visual, como remover ou obstruir a lente das câmeras, diálogos capturados pelo equipamento comprovaram as práticas ilícitas. Em conversas gravadas, policiais falavam abertamente sobre o esquema, demonstrando desdém pela fiscalização. O Ministério Público utilizou as transcrições desses áudios para embasar as acusações formais.
Os envolvidos foram acusados de corrupção e associação criminosa, incluindo subtenentes, sargentos, cabos e soldados. Segundo os relatos, além de dinheiro, os policiais também exigiam produtos de valor dos comerciantes, como cervejas e outros itens, em troca de proteção. A Polícia Militar do Rio de Janeiro reforçou a importância de denunciar esses crimes de forma anônima, destacando que tais ações não representam a maioria da corporação.