A Polícia Federal (PF) usou uma ferramenta avançada de análise de dados para extrair informações de celulares apreendidos durante investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado. A tecnologia permitiu a organização de dados como fotos, áudios, mensagens e documentos, além de cruzamentos entre contatos e registros em nuvem, ajudando a reconstruir cronologicamente os eventos e as articulações envolvidas. Um dos telefones analisados foi o de um ex-assessor próximo de um ex-presidente, que revelou detalhes sobre o suposto envolvimento de figuras políticas e militares na trama golpista.
O relatório da PF apontou que um ex-ministro da Defesa estaria diretamente envolvido na coordenação de estratégias para impedir a transição democrática no Brasil. Segundo as investigações, o plano envolvia ações violentas, incluindo o uso de veneno e explosivos, visando figuras políticas e judiciais durante o período pós-eleição. A PF identificou diversas pessoas com participação ativa nos preparativos do golpe, destacando o papel de militares de alta patente em reuniões secretas para planejar ações que desestabilizassem o governo eleito.
Até o momento, 37 pessoas foram indiciadas por suspeitas de envolvimento no caso, e o inquérito foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a formalização das denúncias. O uso da tecnologia de análise de dados pela PF tem sido fundamental para reunir provas e estabelecer uma linha do tempo clara sobre os acontecimentos, oferecendo uma visão mais detalhada sobre os esforços para subverter a ordem constitucional. A investigação continua em andamento, com novas revelações e desdobramentos aguardados.