O relatório da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado revela que os investigados tentaram obter informações sigilosas sobre o acordo de delação premiada de um colaborador. Esse esforço de obstrução das investigações envolveu trocas de mensagens que indicam preocupação com o teor da delação e com a possível menção de figuras militares e políticas chave. As mensagens, obtidas em documentos apreendidos na sede de um partido político, mostram que os envolvidos tentaram se antecipar ao conteúdo das revelações, buscando detalhes sobre temas sensíveis da investigação.
Um trecho importante das mensagens contém respostas atribuídas ao colaborador, nas quais ele afirma que não participava das reuniões em questão, mas apenas facilitava a entrada dos demais. Além disso, as mensagens indicam que as investigações da Polícia Federal estavam acessando informações muito além do que se sabia anteriormente, o que gerou preocupação nos envolvidos. A troca de informações também sugere que figuras políticas e militares estavam sendo mencionadas nas investigações, incluindo comentários sobre membros da cúpula política e militares próximos ao ex-presidente.
A Polícia Federal conclui que o conteúdo das mensagens, bem como os esforços para obter informações sigilosas, confirmam que o grupo investigado estava agindo de forma coordenada para obstruir o processo. O relatório destaca que a tentativa de acessar o conteúdo da delação revela um nível de organização e uma intenção clara de interferir nas investigações, o que reforça a gravidade das ações praticadas durante o período de tensão política no Brasil.