Em 15 de dezembro de 2022, a Polícia Federal desarticulou um plano que visava sequestrar e, possivelmente, assassinar um ministro do Supremo Tribunal Federal. O esquema, que não foi concretizado, foi interrompido pela oposição de altos oficiais do Exército, incluindo o general responsável por uma resistência interna. A estratégia envolvia um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a ser emitido pelo então presidente, e a criação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise no dia seguinte à execução do plano.
Durante uma reunião em 28 de novembro, os envolvidos elaboraram um documento estratégico dividido em três partes: “Ideias Força”, “Estado Final Desejado” e “Centro de Gravidade”. O objetivo das “Ideias Força” era identificar pontos vulneráveis dentro das forças armadas que poderiam ser explorados. O “Estado Final Desejado” visava estabelecer um relacionamento mais estreito entre líderes militares e políticos, enquanto o “Centro de Gravidade” se referia ao ministro, identificado como um obstáculo principal ao plano.
Além das estratégias militares, a investigação revelou que um blogueiro indiciado teria utilizado suas redes sociais para divulgar publicamente os nomes de generais contrários ao plano, visando pressioná-los. A descoberta do esquema levanta preocupações sobre a influência de movimentos dentro das forças armadas e a articulação de ações que buscam minar a estabilidade institucional do país.