A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (28), quatro pessoas, incluindo servidores públicos e empresários, suspeitas de integrar uma organização criminosa dedicada a crimes ambientais no oeste do Pará. De acordo com as investigações, os empresários pagavam propinas mensais a servidores públicos para facilitar a extração de ouro de garimpos ilegais em terras indígenas e áreas de reserva legal no estado. Esses servidores teriam atuado para não reprimir as atividades ilegais, além de colaborarem com a logística e segurança do ouro extraído ilegalmente.
Durante a operação, foi identificado que o ouro comercializado por alguns dos investigados tinha origem em atividades ilegais dentro e ao redor da Terra Indígena Munduruku, uma área que tem sido alvo de operações federais para remoção de não-indígenas. Ao todo, foram cumpridos 21 mandados de busca em várias cidades, como Altamira, Itaituba, Santarém, Goiânia e Rio de Janeiro. A Justiça também autorizou o sequestro de bens e a aplicação de medidas cautelares, como o afastamento de servidores das funções públicas.
A operação, chamada “Cobiça”, é uma continuidade da “Ganância”, realizada em 2022, que investigou desvios de recursos públicos na área de saúde. Os crimes investigados nesta fase incluem lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União e organização criminosa. Ao menos oito carros de luxo, além de joias, celulares e valores não especificados em dinheiro e ouro, foram apreendidos durante a ação.