A Polícia Federal iniciou investigações após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá. Durante as apurações, foram descobertas mensagens no celular de Zampieri que indicam possível envolvimento de diversas pessoas em um esquema de venda de sentenças judiciais em Mato Grosso. Entre os suspeitos estão advogados, lobistas e empresários, que, segundo a polícia, pagavam assessores e desembargadores para obter informações privilegiadas e influenciar decisões judiciais.
Com autorização do Supremo Tribunal Federal, a PF cumpriu 23 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, visando apurar o esquema. Os alvos da operação incluem desembargadores e servidores do Judiciário, já afastados de suas funções desde agosto de 2024, devido à suspeita de participação no caso. Além disso, a Justiça determinou o uso de tornozeleiras eletrônicas pelos envolvidos, que podem responder por crimes como organização criminosa, corrupção e violação de sigilo profissional.
A investigação segue em andamento, com a colaboração do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que se manifestou sobre o apoio à apuração. Embora as investigações apontem para a possível participação de diversos membros do Judiciário local, a Justiça não encontrou até o momento indícios de envolvimento de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso continua sendo acompanhado pelas autoridades, que buscam esclarecer as conexões e os impactos deste esquema dentro do sistema judiciário.