A Polícia Federal (PF) revelou que estava em andamento um plano para realizar um golpe de Estado no Brasil, com previsão para ser concretizado no dia 15 de dezembro de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados políticos estavam envolvidos na articulação, que incluía um movimento para abolir o Estado Democrático de Direito. O plano foi frustrado pela falta de adesão de partes importantes das Forças Armadas, especialmente do Exército, que se manteve institucional, além da ausência de apoio da Aeronáutica, crucial para o fracasso da ação. O relatório da PF aponta ainda que, apesar de um decreto estar pronto, o então presidente Bolsonaro não assinou o documento devido à falta de apoio dentro das forças armadas.
De acordo com as investigações, no dia 15 de dezembro de 2022, Bolsonaro se reuniu com aliados no Palácio da Alvorada, incluindo ministros e generais, para discutir o golpe. Durante esse encontro, uma operação clandestina visava prender um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, a operação foi cancelada após a informação de que as tropas sob o comando de Freire Gomes, então chefe do Exército, não apoiariam a ação, o que impediu a assinatura do decreto golpista.
Além disso, as evidências coletadas apontaram que enquanto alguns membros da Marinha e do Ministério da Defesa demonstraram adesão ao plano, outros comandantes, como os da Aeronáutica e do Exército, se posicionaram contra a tentativa de ruptura institucional. A tentativa de golpe ocorreu em meio à diplomação do novo presidente e vice-presidente, que foi seguida de protestos e atos violentos, incluindo uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em Brasília no dia 12 de dezembro de 2022. A PF prossegue com a investigação e o indiciamento de mais de 30 pessoas envolvidas no processo.