A Polícia Federal (PF) investigou uma tentativa de golpe de Estado envolvendo dois militares, que acreditavam que um ex-ministro do governo anterior teria ido a Cuba para articular uma reação contra a nova administração. De acordo com mensagens trocadas entre os militares, o ex-ministro seria visto como alguém que planejava atuar a partir do exterior, possivelmente com o objetivo de destabilizar o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente em 2022. A investigação se concentrou em um link compartilhado no WhatsApp, que indicava a viagem do ex-ministro a Cuba, seguida por conversas que sugeriam que ele poderia buscar asilo caso a situação política no Brasil se agravasse.
A PF também encontrou informações falsas circulando entre os envolvidos, especialmente relacionadas ao Judiciário, ao processo eleitoral e a ataques às instituições brasileiras, como a tentativa de invasão da sede da PF em dezembro de 2022. Essas mensagens foram consideradas indicativas de uma possível subversão ao Estado Democrático de Direito. A investigação levantou suspeitas sobre a articulação de ações para prejudicar o governo recém-eleito e enfraquecer as estruturas do poder.
Como resultado da operação, o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida foi indiciado por crimes como organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A Operação Tempus Veritatis, que ocorreu em fevereiro de 2024, fez parte das investigações que levaram ao indiciamento de vários militares. A PF continua a apurar as conexões entre os envolvidos e as potenciais ameaças à estabilidade política no Brasil, com foco em identificar e neutralizar movimentos que possam comprometer a democracia.