A Polícia Federal está investigando uma tentativa de subversão da ordem democrática em 2022, relacionada a um plano para reverter os resultados das eleições presidenciais. Segundo depoimentos e investigações, uma reunião realizada em dezembro de 2022 no Palácio do Alvorada, convocada por membros do governo, discutiu a possibilidade de decretar medidas autoritárias, como o Estado de Defesa, Estado de Sítio e a Garantia da Lei e da Ordem, com o intuito de manter o presidente no poder. Durante o encontro, foi apresentada uma minuta de decreto que visava suspender o Estado Democrático de Direito, sendo confirmada posteriormente como parte de um esforço para deslegitimar os resultados das urnas.
O relatório da PF aponta que, apesar das articulações avançadas, a resistência de membros das Forças Armadas, como o comandante do Exército, foi crucial para impedir a execução do golpe. Os depoimentos indicam que a falta de adesão de altos comandantes militares inviabilizou os planos golpistas. A investigação revelou também que documentos e mensagens trocadas entre os envolvidos corroboram a tentativa de subverter a ordem institucional. Além disso, provas coletadas em serviços de nuvem ajudaram a confirmar o papel central de um grupo de aliados próximos, que articularam o movimento com o objetivo de manter o controle político.
A investigação levou à conclusão de que houve um planejamento para um golpe de Estado, com envolvimento direto de autoridades no poder. A PF indiciou 37 pessoas, incluindo militares e assessores próximos ao governo, que estavam envolvidos na organização do plano. O caso agora será analisado pela Procuradoria-Geral da República, que decidirá sobre as possíveis acusações e o andamento do processo judicial. A situação é vista como um grave atentado contra a democracia, com implicações para a estabilidade política do país.