A Polícia Federal (PF) concluiu que um plano para um golpe de Estado no Brasil estava sendo articulado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para ocorrer em 15 de dezembro de 2022. A investigação, conduzida no âmbito de um inquérito sobre a tentativa de ruptura institucional, resultou no indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo militares e autoridades civis, por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O plano, que previa medidas radicais contra a ordem democrática, acabou sendo frustrado devido à falta de adesão de setores-chave das Forças Armadas, como o Exército e a Aeronáutica.
De acordo com as evidências da PF, a operação golpista foi cancelada após os organizadores perceberem que as tropas do general Freire Gomes, comandante do Exército, não estavam dispostas a apoiar o golpe. Além disso, a tentativa de prisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a convocação de uma reunião no Palácio da Alvorada com membros da cúpula militar indicaram que o golpe estava em andamento, mas a falta de respaldo entre os militares impediu sua execução. O decreto golpista, pronto para ser assinado por Bolsonaro, foi finalmente descartado.
A situação atingiu seu ápice após a diplomação do novo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente Geraldo Alckmin, em 12 de dezembro de 2022. No mesmo período, um grupo tentou invadir a sede da Polícia Federal em Brasília e ateou fogo em ônibus nas proximidades, demonstrando o clima de tensão e resistência ao processo eleitoral. A investigação da PF mostrou que, embora alguns militares de alta patente tivessem apoiado a tentativa, a posição firme da maioria dos comandantes militares impediu o avanço do golpe.