A Polícia Federal (PF) divulgou um relatório que revela que o ex-presidente apresentou uma minuta de decreto com objetivos golpistas aos comandantes das Forças Armadas, buscando apoio para um plano que colocaria em risco a ordem democrática. O documento, que passou por ajustes antes de ser apresentado aos militares, visava garantir a permanência do ex-presidente no poder e envolvia ações contra as instituições do governo eleito. A reunião com os comandantes teve a participação de assessores do ex-presidente, com o intuito de mobilizar as Forças Armadas para apoiar a consumação desse plano, segundo as investigações.
O relatório também apontou que, apesar de alguns comandantes se posicionarem contra o golpe, com destaque para os da Aeronáutica e do Exército, o comandante da Marinha se colocou à disposição para apoiar a implementação das medidas propostas. A minuta de decreto, que teve várias versões, sugeria ações extremas, como a prisão de autoridades e a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de validar a alegação de fraude nas eleições de 2022. Este documento é parte de um conjunto de investigações que envolvem tentativas de desestabilizar a nova gestão.
Além disso, as investigações da PF revelaram planos mais amplos, incluindo ameaças à vida de autoridades, como o presidente e o vice-presidente eleitos, além de figuras do Judiciário. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a quebra de sigilo do inquérito, o que deve fornecer mais informações sobre os envolvidos e as medidas que estavam sendo planejadas. O ex-presidente foi indiciado pela terceira vez, agora, dentro de um novo conjunto de investigações que apura ações ilegais para manter o poder à força.