A Polícia Federal (PF) está conduzindo investigações no âmbito da Operação Contragolpe, que busca esclarecer as circunstâncias de um suposto golpe de Estado planejado após as eleições de 2022. No centro das apurações está um oficial das Forças Armadas, ex-secretário-executivo do Palácio do Planalto, acusado de interagir com civis e militares de movimentos golpistas. Documentos e mensagens de WhatsApp obtidas pela PF indicam que o oficial teria fornecido orientação e apoio logístico a manifestantes radicais que se concentraram em acampamentos em Brasília, inclusive nas proximidades do QG do Exército.
A investigação revela que o oficial, além de manter contato constante com líderes de movimentos pró-Bolsonaro, também teria atuado como intermediário para disseminação de informações e coordenado ações de desobediência à ordem constitucional. Entre os principais alvos da operação estão pessoas ligadas a grupos de caminhoneiros e ativistas que realizaram atos de protesto em diversos estados, incluindo tentativas de invasão a sedes da Polícia Federal. A PF também apura a relação entre esses indivíduos e as tentativas de desestabilizar o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em áudios e mensagens recuperadas, é possível observar que o oficial e outros envolvidos expressavam frustração com a lentidão em implementar um golpe e tentavam mobilizar apoio de figuras dentro das Forças Armadas e de setores religiosos. O material colhido também sugere que o grupo teria tentado convencer a opinião pública de que as eleições de 2022 foram fraudulentas, buscando justificar ações extremas em nome da “defesa da pátria”. O caso segue sendo investigado para determinar a extensão da participação de militares e civis em uma tentativa de desestabilização do processo democrático no Brasil.