Mensagens obtidas pela Polícia Federal indicam que militares e membros do governo de um ex-presidente do Brasil estiveram envolvidos na criação de materiais de propaganda para manifestações que ocorreram em Brasília, após as eleições de 2022. Um áudio revela que um coronel de reserva orientou sobre a confecção de um panfleto para uma manifestação prevista para 9 de novembro, destacando o local de concentração no Quartel-General do Exército. Esse material, com frases como “Vamos marchar pelo Brasil”, foi alterado e compartilhado entre membros do grupo.
Além do panfleto, documentos e imagens interceptadas pela PF indicam o planejamento de faixas com slogans como “Liberdade sim, censura não” e “Respeito à Constituição”, usados em protestos. A investigação também aponta o envio de um comunicado confidencial, pedindo para convocar uma manifestação em dezembro de 2022, dois dias antes da diplomação do presidente eleito. O conteúdo sugeria uma mobilização para interromper o país e exigir a intervenção das Forças Armadas.
Em outro momento, conversas interceptadas mostram uma discussão sobre as repercussões de ações relacionadas às manifestações, com um dos envolvidos alertando sobre possíveis consequências negativas caso o movimento não ganhasse força rapidamente. A PF segue investigando as ligações e estratégias de comunicação entre os envolvidos, enquanto os documentos continuam a ser analisados para compreender o alcance desses atos.