O padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi citado no relatório final da Polícia Federal que apura uma tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Segundo a PF, o sacerdote teria enviado uma mensagem de WhatsApp, em 3 de novembro de 2023, com uma oração que incluía nomes de militares e autoridades, pedindo coragem para os envolvidos em uma possível intervenção, com o objetivo de impedir a posse do governo eleito. A mensagem foi compartilhada com Frei Gilson, um dos contatos do padre, com a recomendação de que fosse passada apenas a pessoas de confiança. A PF considera que a oração pode ter sido uma forma de incitar a adesão ao golpe, após a derrota de Bolsonaro nas eleições.
A defesa de José Eduardo de Oliveira refuta qualquer envolvimento em ações golpistas, alegando que o relatório da PF não apresenta evidências concretas de que o padre tenha participado de atos ilegais. O sacerdote afirmou que suas conversas com indivíduos investigados pelos ataques de 8 de janeiro tinham caráter exclusivamente espiritual e de apoio, sem qualquer intenção de incitar ou apoiar movimentos antidemocráticos. Ele também é listado entre os 37 indiciados pela Polícia Federal por crimes relacionados ao golpe de Estado, organização criminosa e abolição do Estado democrático de direito.
José Eduardo de Oliveira é um padre católico com grande presença nas redes sociais, e foi ordenado sacerdote em 2006 na Diocese de Osasco. Embora seja um nome conhecido entre seus seguidores, seu envolvimento em investigações policiais gerou repercussão nacional. Até o momento, o padre nega qualquer envolvimento em atividades criminosas, e sua defesa tem contestado as acusações com base na falta de provas substanciais que possam confirmar a participação do religioso em ações que visassem a desestabilização do governo eleito.