O indiciamento dos deputados Marcel Van Hattem e Cabo Gilberto Silva pela Polícia Federal, motivado por críticas feitas na tribuna da Câmara ao delegado Fábio Alvarez Shor, gerou reações de diversos parlamentares. Os dois foram acusados de calúnia e difamação devido a seus discursos, nos quais questionaram a atuação do delegado em investigações envolvendo figuras políticas da oposição. O agente da PF atua em casos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de outros políticos e militantes.
A líder da Minoria, deputada Bia Kicis, criticou duramente a ação da Polícia Federal, alegando que, ao invés de investigar os abusos de autoridade, o órgão aprofundou sua atuação ao indiciar os parlamentares. Para Kicis, isso demonstra a falta de harmonia entre os Poderes, e, em suas palavras, “calar-se diante de um Poder que viola outro é sinal de subserviência”. Deputados de diferentes partidos, como Carlos Jordy e Otoni de Paula, também se manifestaram contra o indiciamento, acusando a PF de tentar intimidar o Legislativo.
Outros parlamentares, como Chico Alencar, classificaram a abertura de um inquérito contra manifestações verbais no Parlamento como um abuso de poder, e reafirmaram que tal atitude não seria aceita. A crescente tensão entre os Poderes tem gerado debate sobre os limites da atuação de instituições como a Polícia Federal, especialmente no que tange à liberdade de expressão dos parlamentares e sua atuação política dentro do Legislativo.