O relatório da Polícia Federal (PF), divulgado em 26 de setembro, revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve um papel fundamental na organização e execução de ações que visavam um golpe de Estado no Brasil, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. De acordo com o documento, o ex-presidente não só planejou como também teve domínio sobre as ações do grupo que tentava subverter o regime democrático, com o objetivo de permanecer no poder. A investigação apontou ainda que Bolsonaro mantinha uma participação ativa em reuniões e discussões, incluindo estratégias para enfraquecer o sistema eleitoral e o Judiciário, com o apoio de políticos e militares.
A PF detalhou que, desde 2019, Bolsonaro e seus aliados se engajaram na disseminação de falsas alegações sobre fraudes eleitorais, o que alimentava uma narrativa de desconfiança em relação ao sistema de votação do Brasil. O relatório indicou também a elaboração de um plano de fuga, inspirado na doutrina militar, caso o ex-presidente fosse ameaçado por processos judiciais. Além disso, houve tentativa de pressão sobre as Forças Armadas e o comando do Exército para que apoiassem uma ruptura institucional. No entanto, o plano foi frustrado pela recusa de apoio das lideranças militares, que se opuseram às tentativas golpistas.
O documento menciona que, embora o golpe não tenha se concretizado, as ações coordenadas e os preparativos para subverter a ordem democrática revelam o comprometimento de parte do grupo em um projeto de poder autoritário. O relatório conclui que Bolsonaro e seus aliados estavam cientes e engajados em práticas ilegais para anular as eleições de 2022, prolongar mandatos e criar um ambiente propício à violação das instituições democráticas. As investigações seguem, com novos indiciamentos e a busca por responsabilizar os envolvidos nas tentativas de golpe.