O relatório final da investigação da Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022 foi divulgado após a revogação do sigilo, revelando detalhes de um plano golpista que visava impedir a posse do novo presidente eleito. A investigação apontou que o plano envolvia figuras políticas e militares, incluindo membros do alto comando das Forças Armadas e aliados próximos ao então presidente, com o objetivo de gerar uma ruptura institucional após a derrota nas urnas. O documento, com mais de 800 páginas, inclui mensagens trocadas entre os indiciados que discutiam a ideia de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com as investigações, o grupo golpista chegou a elaborar documentos e planos de ação, incluindo a preparação de forças militares. Em algumas mensagens, os envolvidos mencionaram a possibilidade de um golpe semelhante ao ocorrido em 1964 e discutiram a adesão de membros da Marinha e do Exército ao movimento. No entanto, a falta de apoio do alto comando militar impediu a execução do plano, e documentos cruciais foram destruídos por militares que se opuseram à ideia de ruptura democrática.
Além disso, o relatório aponta a infiltração de agentes da Polícia Federal no círculo de segurança do presidente eleito, com informações sendo repassadas para os conspiradores. A investigação segue em andamento, com a Procuradoria-Geral da República agora analisando se haverá denúncias formais contra os envolvidos. O caso destaca as tensões políticas e militares que marcaram o período pós-eleitoral de 2022 e os esforços para minar a estabilidade do processo democrático no Brasil.