O relatório da Polícia Federal (PF), divulgado recentemente, apresenta investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro é mencionado 516 vezes no documento, que revela sua participação ativa no planejamento e execução de ações que visavam desestabilizar o processo eleitoral. A PF aponta que Bolsonaro teve conhecimento de planos para derrubar o governo eleito, envolvendo militares, aliados e membros do seu governo, com o objetivo de manter-se no poder.
De acordo com a PF, o ex-presidente estava ciente de uma série de ações clandestinas, incluindo a elaboração de um decreto para instaurar o “Estado de Defesa” e criar uma comissão para contestar a legalidade das eleições. As investigações também indicam que um grupo de militares e assessores de Bolsonaro discutiu estratégias para prender autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) e descreditar as urnas eletrônicas, com informações falsas sendo disseminadas. Além disso, há evidências de um plano de fuga caso a tentativa de golpe não tivesse sucesso.
O relatório detalha ainda que, em 2022, o ex-presidente e seus aliados trabalharam para enfraquecer a legitimidade do novo governo, disseminando uma narrativa de fraude nas eleições, mesmo após as autoridades confirmarem a regularidade do processo. A PF identificou uma série de reuniões e documentos que indicam que o ex-presidente e sua equipe jurídica tentaram manipular as forças armadas para apoiar a execução do golpe, o que não foi concretizado devido à resistência de alguns comandantes.