A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo anterior favoreceu o atentado de novembro de 2024 contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. O relatório da PF indicia 37 pessoas, incluindo o ex-presidente, por envolvimento em um golpe de Estado e na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A investigação revelou que essas narrativas mantiveram a motivação de grupos radicais, o que, somado à falta de apoio das Forças Armadas, impediu a consumação do golpe.
O relatório também menciona outras ações golpistas, como tentativas de invasão da sede da Polícia Federal em dezembro de 2022 e de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília. A PF identificou um plano para sequestrar autoridades, incluindo o ministro do STF e o presidente eleito, e destacou o apoio de militares de alto escalão, como o comandante da Marinha na época. No entanto, o golpe não avançou devido à resistência de líderes do Exército e da Aeronáutica.
Após a conclusão do inquérito, o relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliará se as evidências justificam a denúncia dos envolvidos. O documento também revela estratégias para interromper a transição de governo, incluindo ações jurídicas e políticas para contestar a posse do novo presidente.