A Polícia Federal (PF) concluiu em seu relatório de investigação que o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, desempenhou um papel central no apoio a ações que visavam deslegitimar o sistema eleitoral e atacar instituições democráticas durante o governo anterior. Segundo a PF, Ramagem teria assessorado o ex-presidente em estratégias que envolviam a disseminação de desinformação sobre as urnas eletrônicas e ataques ao Poder Judiciário, com o objetivo de enfraquecer a confiança da população nas instituições do país.
A investigação aponta que, enquanto chefe da Abin, Ramagem desviou-se de suas funções, promovendo a coleta de informações e a elaboração de planos que favoreciam a deslegitimação das urnas eletrônicas e da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as ações citadas, estão campanhas de intimidação e a tentativa de interferir em investigações da Polícia Federal. A PF incluiu Ramagem, o ex-presidente e outras 35 pessoas como indiciados por envolvimento em um possível golpe de Estado, com base em suas atividades que comprometiam a democracia e o estado de direito.
O relatório da PF foi divulgado após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter autorizado a quebra do sigilo do documento. A defesa de Ramagem ainda não se manifestou sobre as acusações, e a Agência Brasil busca uma resposta também do ex-presidente, que nega qualquer envolvimento em ações antidemocráticas, afirmando que todas as medidas de seu governo seguiram os limites da Constituição.