A Polícia Federal (PF) concluiu que a propagação de narrativas golpistas durante o governo anterior incentivou atos extremistas que culminaram no atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) e nas manifestações de 8 de janeiro de 2023. Em um relatório confidencial, a PF indicia o ex-presidente e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A investigação revela que, apesar de um plano articulado por aliados, o golpe não se consumou devido à falta de adesão das Forças Armadas.
O relatório aponta que a intensificação de discursos golpistas foi crucial para o fortalecimento de grupos extremistas, alimentando um clima de radicalização que resultou em atos violentos. Além da invasão ao STF em janeiro de 2023, são mencionados outros eventos, como tentativas de ataques em dezembro de 2022. A PF também detalha a existência de planos que visavam a execução de figuras políticas chave, além de articulações dentro das Forças Armadas e grupos ligados à tentativa de desestabilizar a transição de governo.
O relatório, que foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), inclui a análise de documentos e provas que mostram o envolvimento direto do ex-presidente em ações golpistas, como o apoio de certos setores militares e a elaboração de estratégias para impedir a posse do novo governo. A decisão sobre eventuais denúncias criminais será tomada pela PGR, após a revisão do conteúdo apresentado pela PF.