A Polícia Federal (PF) finalizou uma investigação sobre tentativas de um golpe de Estado no Brasil, identificando que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria desempenhado um papel direto e decisivo nos atos preparatórios para a implementação do golpe, ocorrido em 2022. O relatório da PF aponta que o ex-presidente tinha pleno conhecimento do planejamento de ações ilegais, incluindo um plano para sequestrar ou assassinar autoridades, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente eleito. No entanto, o golpe não foi concretizado, em grande parte devido à falta de apoio das Forças Armadas.
O relatório da PF detalha como os envolvidos no plano golpista mantiveram Bolsonaro informado sobre os preparativos, incluindo reuniões secretas e ações clandestinas, que eram monitoradas por meio de registros e outros elementos de prova. A investigação também revelou que, em dezembro de 2022, o ex-presidente deixou o Brasil para os Estados Unidos, aparentemente com o objetivo de evitar uma possível prisão e aguardar o desenrolar dos eventos, retornando apenas em março de 2023.
A PF destaca, ainda, que a resistência de figuras chave nas Forças Armadas, que se mantiveram fiéis à Constituição, foi crucial para impedir a consumação do golpe. A investigação conclui que o alto comando militar, particularmente os líderes da Aeronáutica e do Exército, não aderiu ao movimento golpista, o que impediu qualquer tentativa de ruptura da ordem democrática no Brasil. A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou formalmente sobre as acusações.