Após quase dois anos e meio de investigações, a Polícia Federal (PF) finalizou o inquérito sobre os assassinatos de um indigenista e um jornalista britânico, ocorridos em junho de 2022 na região amazônica. Durante a apuração, a PF indiciou nove pessoas, incluindo um indivíduo apontado como mandante do crime, e apresentou provas suficientes para fundamentar as acusações de participação no duplo homicídio. O Ministério Público Federal (MPF) agora tem a responsabilidade de decidir se arquiva o caso ou se denuncia os indiciados à Justiça Federal.
Os assassinatos foram atribuídos a conflitos relacionados ao trabalho de proteção dos direitos indígenas e à preservação ambiental, áreas nas quais as vítimas atuavam ativamente. O jornalista estava na região para investigar e documentar a realidade das comunidades locais, enquanto o indigenista continuava seus esforços em favor da proteção territorial e dos recursos naturais, mesmo após sua licença da Fundação Nacional dos Povos Indígenas. A PF ressaltou que as mortes estão ligadas a interesses contrários à defesa dos direitos das comunidades tradicionais.
A investigação revelou um contexto de ameaças e violência na região do Vale do Javari, onde as vítimas foram assassinadas. A PF continua monitorando a segurança dos habitantes locais e prossegue com as investigações sobre as ameaças enfrentadas por indígenas na área. O caso destaca a vulnerabilidade de defensores dos direitos humanos e a necessidade de medidas de proteção para garantir a segurança dessas populações.