A Polícia Federal (PF) concluiu a investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após sua vitória nas eleições de 2022. Em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF indicia 37 pessoas, incluindo figuras de diversas esferas do governo e do setor militar, por envolvimento em uma trama golpista que teria como objetivo desestabilizar o processo democrático. A investigação abrange ações desde discursos descreditando as urnas eletrônicas até planos concretos de desinformação e incitação de atos contra a ordem constitucional.
A tentativa de golpe é dividida em diferentes núcleos de atuação, que envolvem desde a propagação de fake news e ataques ao sistema eleitoral, até estratégias mais complexas de mobilização de militares e apoio jurídico. Entre os indiciados, estão pessoas de alta patente no Exército, ex-integrantes do governo anterior e membros ligados à área jurídica, com alguns deles sendo acusados de atuar em conjunto para disseminar desinformação e manipular eventos. Além disso, a investigação revela planos mais graves, como tentativas de assassinar autoridades, conforme descobertas em documentos e dispositivos apreendidos.
Os desdobramentos dessa investigação, que se iniciou em 2023, continuam a ser analisados pelo STF e pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A PF também manteve sigilo sobre a delação premiada de um ex-assessor próximo ao ex-presidente, cuja colaboração pode trazer mais detalhes sobre o alcance e os envolvidos na tentativa de golpe. A investigação ainda segue paralela aos desdobramentos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que estão sendo apurados em um inquérito separado, mas que também fazem parte de um cenário mais amplo de ameaças à estabilidade política do Brasil.