A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre a tentativa de golpe que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. O relatório, que foi divulgado nesta terça-feira (26), aponta a participação de 37 pessoas em uma trama que envolvia diferentes núcleos de atuação. O indiciamento se refere a ações que buscaram desestabilizar o sistema democrático, com a atuação de oficiais de alta patente, grupos de desinformação, e outras figuras envolvidas no apoio a atos golpistas. O material já foi encaminhado à Procuradoria-geral da República para análise.
Os indiciados foram alocados em diferentes núcleos de ação, como o de desinformação, que buscou atacar a credibilidade do sistema eleitoral, e o núcleo jurídico, que teria trabalhado para respaldar legalmente as tentativas de desestabilização. Outros envolvidos teriam se concentrado em incitar militares a apoiar o golpe, enquanto grupos paralelos de inteligência buscavam obter informações sensíveis para fortalecer o movimento golpista. Além disso, um núcleo operacional foi responsável por executar as ações e movimentações logísticas relacionadas à tentativa de golpe.
A investigação, que se estende desde 2022, também aborda documentos e planos de ação encontrados em diversas fontes, incluindo a residência de ex-integrantes do governo e na sede do Partido Liberal. Embora os eventos de 8 de janeiro de 2023, conhecidos por seus atos de vandalismo e tentativas de derrubar o governo, façam parte de um inquérito separado, o material revelado pela PF demonstra a extensão de uma rede que, durante meses, tentou contestar o resultado das eleições e ameaçar a estabilidade política do país.