A Polícia Federal do Brasil finalizou, em 1º de novembro, o inquérito referente aos assassinatos de um indigenista e um jornalista britânico, ocorridos em junho de 2022 na região do Amazonas. A investigação revelou que os crimes foram motivados pelas atividades de fiscalização realizadas pela vítima em defesa da preservação ambiental e dos direitos indígenas, especialmente na área da Terra Indígena Vale do Javari, que abriga uma das maiores concentrações de povos isolados do mundo.
No relatório, a PF indiciou nove pessoas, incluindo um suspeito apontado como mandante do crime. As evidências reunidas serão encaminhadas ao Ministério Público Federal, que decidirá se apresentará denúncias formais ou arquivará o caso. Os indiciados são acusados não apenas de participar dos homicídios, mas também de ocultar os corpos das vítimas, em um caso que destaca os conflitos de interesse na região.
Os agentes responsáveis pela investigação enfatizaram que as mortes estão ligadas ao trabalho do indigenista, que, mesmo afastado da função oficial, continuou a confrontar interesses de grupos que ameaçam a integridade das comunidades locais. O caso chama a atenção para os riscos enfrentados por defensores dos direitos indígenas na Amazônia e a necessidade contínua de monitoramento e proteção na região.