A Polícia Federal deflagrou uma operação para combater o tráfico internacional de pessoas, especialmente voltada para a exploração sexual, após a resgate de uma adolescente que havia sido aliciada sob a promessa de emprego. A jovem, que morava em Florianópolis, foi levada para Roraima e, em seguida, para Georgetown, capital da Guiana, onde foi forçada a se prostituir. A operação surgiu a partir de denúncias feitas pela mãe da vítima, que alertou as autoridades sobre a situação da filha.
Investigações revelaram que a adolescente foi enganada por uma mulher venezuelana que lhe ofereceu trabalho em Boa Vista, pagando suas passagens até Roraima. Após ser explorada sexualmente, a vítima foi resgatada pelas autoridades locais em Georgetown e encaminhada a um abrigo destinado a mulheres vítimas de exploração. A Polícia Federal, com representação na Guiana, começou a acompanhar o caso para identificar a estrutura do tráfico e possíveis outras vítimas.
Entre janeiro de 2022 e julho de 2024, Roraima registrou 309 casos de tráfico de pessoas, com a maioria das vítimas sendo mulheres migrantes. Um estudo realizado pelo Grupo de Estudo Interdisciplinar sobre Fronteiras da UFRR indicou que 62% das vítimas eram mulheres, e o tráfico humano é considerado uma grave violação dos direitos humanos, afetando a dignidade e os direitos fundamentais de muitas pessoas.