O relatório final do inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF) sobre tentativas de golpe no Brasil revelou que, após a execução de um golpe de Estado, seria formado um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, composto principalmente por militares. Esse gabinete seria liderado por generais e teria como objetivo manter a estabilidade do governo em caso de desestabilização política, com a prisão de figuras-chave do sistema judiciário. A operação foi planejada para ocorrer em dezembro de 2022, e a PF afirma que havia um esquema de atuação militar para a implementação do golpe, embora os planos não tenham sido concretizados devido a circunstâncias imprevistas.
De acordo com o relatório, as investigações indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria sido uma das principais figuras envolvidas na articulação de atos para a realização do golpe. A PF apurou que Bolsonaro teria consciência plena dos acontecimentos e teria atuado diretamente para a formação de uma organização criminosa com o objetivo de subverter a ordem democrática. Contudo, as ações planejadas não avançaram como esperado, sendo frustradas por fatores externos ao controle dos envolvidos.
A Polícia Federal também destacou que o plano de golpe incluía a criação de uma estrutura de comando, com forte presença militar e a exclusão de figuras políticas não alinhadas com a intervenção. Em paralelo, o relatório trouxe informações sobre outras ações relacionadas ao contexto das eleições de 2022 e à disseminação de narrativas de fraude, com impacto direto no processo eleitoral do país. O inquérito foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para as devidas providências legais.