A Polícia Federal (PF) revelou detalhes sobre um plano elaborado para a fuga de um ex-presidente para os Estados Unidos, caso a tentativa de golpe de Estado no final de 2022 tivesse falhado. O plano, inicialmente criado em 2021, foi adaptado no final daquele ano, quando o ex-presidente temia as consequências jurídicas dos eventos de 8 de janeiro de 2023. A fuga envolvia a mobilização de uma rede de apoio logístico e militar, com o objetivo de exfiltrar o ex-presidente do Brasil de forma discreta e segura, utilizando um esquema de evacuação rápida e sem interceptações.
O plano de fuga consistia em três etapas principais: a proteção do ex-presidente dentro do Brasil, o uso de infraestrutura crítica para gerar pressão simbólica contra o Judiciário, e a retirada para o exterior, com suporte militar e logístico. A PF indica que, em caso de fracasso do golpe, o ex-presidente buscaria se refugiar fora do país enquanto aguardava os desdobramentos dos atos golpistas. A investigação aponta ainda que o esquema de fuga foi sustentado por membros de sua base de apoio, dispostos a garantir a liberdade do ex-presidente e a evitar sua responsabilização.
Segundo o relatório da PF, o plano de fuga não foi concretizado, principalmente devido à resistência de altos oficiais militares, que se opuseram a apoiar a tentativa de ruptura institucional. Esses militares, fiéis às instituições democráticas, impediram que o golpe fosse consumado ao não fornecer o suporte necessário. O documento final da PF aponta que, embora o ex-presidente tenha tomado medidas concretas para a subversão do Estado Democrático de Direito, a falta de apoio militar foi decisiva para evitar que o plano de ruptura se materializasse.