Um relatório da Polícia Federal revelou que um juiz federal, que atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até agosto de 2022, estaria envolvido de maneira clandestina na assessoria ao Partido Liberal (PL) durante a elaboração de um documento que questionava a validade das urnas eletrônicas. Esse documento foi utilizado em uma representação no TSE para tentar anular os votos do 2º turno das eleições presidenciais de 2022, nas quais o então presidente foi derrotado. Embora o juiz não tenha sido formalmente indiciado, a investigação sugere que ele atuou de maneira ilegal ao colaborar com o PL, que contestava os resultados da eleição.
Em novembro de 2022, o nome do juiz foi citado publicamente por lideranças do partido em entrevistas, o que gerou uma reação imediata do magistrado. Em uma nota, ele negou qualquer envolvimento direto com o PL e reafirmou sua postura de imparcialidade, afirmando que, como juiz, nunca emite opiniões sobre temas políticos. O PL, por sua vez, havia feito referência a um “ex-diretor do TSE”, sem especificar o nome, mas a situação gerou grande repercussão na mídia, especialmente após a menção do nome do juiz em declarações públicas.
O relatório da PF também detalha comunicações internas entre figuras militares e membros do governo na tentativa de evitar a associação do juiz com o caso. A investigação aponta que, apesar dos esforços para preservar a identidade do magistrado, o nome dele foi revelado em uma entrevista, o que gerou uma série de desmentidos e esclarecimentos sobre o seu papel na crise eleitoral. O episódio levanta questões sobre a neutralidade e a atuação de autoridades judiciais em processos de grande conotação política.