Um relatório da Polícia Federal (PF) revelou que o almirante Garnier, então comandante da Marinha do Brasil, foi identificado como um dos envolvidos em um plano golpista que visava a abolição do Estado Democrático de Direito. A investigação aponta que Garnier teria se alinhado com articulações golpistas, colocando as tropas da Marinha à disposição do presidente da República na época, Jair Bolsonaro. Esse apoio foi documentado por meio de mensagens apreendidas no celular de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, nas quais um interlocutor se referia a Garnier como um “patriota”, indicando o envolvimento dele nas movimentações.
A PF destaca que, ao contrário dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, que se posicionaram contra qualquer tentativa de impedir a posse do governo legitimamente eleito, Garnier teria sido o único a aderir ativamente ao plano. De acordo com os documentos obtidos pela polícia, essa adesão do comandante da Marinha teria servido como pressão para que o Exército fosse convencido a se alinhar ao movimento golpista. As mensagens indicam que as forças golpistas contavam com o apoio de Garnier para fortalecer a tentativa de abolição do Estado democrático.
Em resposta às acusações, a defesa do almirante Garnier afirmou que ele é inocente e refutou qualquer envolvimento no esquema golpista. A investigação da Polícia Federal inclui não apenas conversas e mensagens de texto, mas também depoimentos de outros oficiais militares que se opuseram ao plano, tornando claro que a adesão do comandante da Marinha foi um dos principais elementos da trama golpista que não se concretizou. O relatório ainda segue sendo analisado pelas autoridades, enquanto o caso continua a se desenrolar.