A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou dois professores, um brasileiro e uma argentina, pelo crime de racismo, em decorrência de um incidente ocorrido em julho. Durante uma roda de samba no centro da cidade, os docentes foram flagrados imitando macacos, um ato que gerou ampla repercussão. A investigação foi iniciada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que analisou as imagens registradas por testemunhas e ouviu os envolvidos. O relatório do inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público, destaca a gravidade do comportamento e seu potencial de perpetuar estereótipos racistas.
A ação foi considerada uma manifestação de discriminação, principalmente em relação à população negra, uma vez que a comparação entre negros e macacos carrega um histórico de desumanização e preconceito racial. O inquérito sublinha que atitudes aparentemente inocentes ou brincadeiras podem causar traumas e reforçar desigualdades sociais, prejudicando a dignidade das vítimas. Nesse contexto, as autoridades enfatizam a importância de educar e conscientizar a sociedade sobre o impacto emocional e histórico de tais comportamentos.
De acordo com a legislação brasileira, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível, com penas que variam de dois a cinco anos de reclusão. A Polícia Civil ressaltou que as vítimas de atitudes discriminatórias podem registrar ocorrências na Decradi ou em qualquer delegacia do estado, incluindo a delegacia online, reforçando o compromisso com a responsabilização dos autores de crimes raciais.