A Polícia Civil deflagrou, nesta quinta-feira (28), a Operação Angra, que ocorre em 17 cidades de Minas Gerais, com o objetivo de combater crimes como receptação, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, todos ligados a atividades criminosas no setor ambiental. Durante a ação, são cumpridos 36 mandados de busca e apreensão. As investigações revelaram movimentações financeiras de R$ 260 milhões, sem a devida comprovação, ocorridas ao longo dos últimos dois anos.
A operação, que recebe apoio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais (Sefaz-MG), foca em crimes relacionados à exploração irregular de minério, principalmente no quadrilátero ferrífero. Em especial, a investigação aponta para a lavagem de dinheiro envolvendo a criação de empresas de fachada e a utilização de laranjas, a fim de disfarçar a origem ilícita dos recursos. Também são destacados os impactos ambientais causados pela destruição de áreas protegidas, com a extração ilegal de minério e o corte de árvores da Mata Atlântica, sem a devida compensação ambiental.
A operação foi batizada de “Angra”, em referência à deusa do fogo e da metalurgia, da mitologia tupi-guarani, refletindo o foco da ação na cadeia de mineração e nas implicações ambientais. O Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) lidera a operação, que busca responsabilizar envolvidos em práticas que aceleram o desmatamento e agravam os efeitos das mudanças climáticas, além de contribuir para a evasão fiscal no estado.