O Ministério Público de São Paulo recomendou a interrupção das obras de construção de um túnel na rua Sena Madureira, em São Paulo, citando preocupações ambientais e sociais, como a remoção de árvores e o impacto sobre comunidades de baixa renda que vivem no local. A recomendação busca assegurar a realização de novos estudos que avaliem as consequências socioambientais e urbanísticas do projeto. O túnel, parte de um complexo viário, está projetado para facilitar o fluxo entre importantes regiões da capital paulista, mas enfrenta oposição de ambientalistas e moradores preocupados com a destruição de um corredor verde entre os parques Ibirapuera e da Aclimação e com o destino incerto de duas comunidades locais.
Em resposta, a prefeitura de São Paulo afirma que o projeto atende aos requisitos ambientais, com previsão de compensação vegetal por meio do replantio de espécies nativas. A administração pública argumenta que a obra beneficiará cerca de 800 mil pessoas ao melhorar a infraestrutura de mobilidade da cidade. Entretanto, desde o início das intervenções em outubro, manifestantes têm promovido vigílias e protestos contra o projeto. Entre as críticas, estão a ausência de consulta pública antes do início das obras, a remoção de famílias de baixa renda sem garantias de realocação adequada, e a possível contribuição para o aumento do uso de veículos motorizados, em detrimento de meios de transporte sustentáveis.
Com a mobilização crescente, a Assembleia Legislativa de São Paulo realizou uma audiência para discutir o projeto, onde parlamentares e moradores destacaram a incoerência da obra com o Plano Diretor municipal. Embora o Ministério Público tenha recomendado a suspensão, a decisão ainda não é definitiva, e as obras seguem em andamento, gerando incertezas para as famílias afetadas e uma ampla repercussão na sociedade civil, que questiona o impacto ambiental e o tratamento dado às comunidades envolvidas.