Recentemente, a soja brasileira foi objeto de controvérsia após declarações de um executivo da Danone, que alegou que a empresa havia deixado de importar soja nacional. Essa afirmação gerou reações negativas do governo brasileiro e de produtores, que defenderam a qualidade e sustentabilidade da produção local. A Danone, por sua vez, negou a declaração, afirmando que continua a comprar soja brasileira, e que informações incorretas estavam circulando. O contexto da discussão é agravado pela iminente entrada em vigor da nova regulamentação da União Europeia, que restringe a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas a partir de 2020.
As associações de produtores e ambientalistas ressaltam que a produção de soja no Brasil está alinhada com normas de sustentabilidade, especialmente na Amazônia, onde existe a Moratória da Soja, um acordo que proíbe a compra de soja de áreas desmatadas após 2008. Apesar disso, a falta de uma moratória similar para o Cerrado e as incertezas sobre o sistema de rastreamento exigido pela nova lei europeia levantam preocupações sobre o futuro das exportações. Especialistas destacam que uma pequena fração da soja plantada no Brasil é originária de áreas desmatadas após a data limite imposta pela regulamentação.
A importância do mercado europeu para a soja brasileira é significativa, com a União Europeia representando uma parte considerável das exportações de farelo de soja. Com um mercado que movimenta bilhões de dólares, a continuidade das vendas para a Europa é crucial para os produtores locais. No entanto, os desafios relacionados ao rastreamento da origem da soja e a diferenciação entre desmatamento legal e ilegal são questões que demandam atenção. Enquanto isso, a Danone reafirma seu compromisso com a compra de soja brasileira, ressaltando a relevância do insumo para sua cadeia de suprimentos global.