A aprovação do Projeto de Lei 1366/2023, que visa proibir a prática conhecida como surfe rodoviário em ônibus no Grande Recife, gerou grande polêmica entre trabalhadores do transporte público. O sindicato dos rodoviários expressou preocupações de que motoristas e cobradores sejam expostos a riscos físicos ao tentar intervir, além de temerem que possam ser responsabilizados e obrigados a pagar multas caso não consigam impedir a prática. A entidade criticou a ausência de diálogo com a categoria e a sociedade antes da aprovação do projeto.
A proposta, que seguiu para sanção da governadora, determina que motoristas devem parar o veículo e acionar as autoridades ao perceberem alguém surfando no ônibus. No entanto, a aplicação da lei levanta questões de segurança para os trabalhadores e usuários. Em protesto, rodoviários pararam os ônibus no Centro do Recife, demandando que a governadora vete o projeto. O sindicato enfatiza que as medidas sugeridas podem colocar em risco os trabalhadores e dificultar o transporte público, especialmente em situações críticas.
O deputado autor do projeto defendeu a lei, argumentando que as punições serão direcionadas aos infratores e às empresas de ônibus, sem prejuízos para os trabalhadores. Ele destacou que o objetivo principal é garantir a segurança pública e evitar tragédias como a morte recente de um jovem que surfava no teto de um ônibus. Segundo ele, o projeto foi mal interpretado, e medidas específicas serão definidas pelo governo estadual para assegurar a proteção dos envolvidos.